das águas: o modo como sobem
ou descem nas margens declivosas,
o modo como circulam, intemporais,
nos seus resguardados túmulos
subterrâneos, o modo como se transformam
em nuvem ou gelo, em fogo ou iluminada
sombra na tijoleira dos pátios: para que
depois as soubéssemos recolher,
intactas, na madeira de que
reverteram, ainda frágeis, ainda
efémeras, quase voláteis,
quase tão inúteis de só moverem os astros.
Teresa Patrício. «Os Navegantes, Memórias». Em exposição na Casa Azul, Cacela Velha, até 31 de Julho.