sábado, dezembro 03, 2005

Uma letra

para o meu amigo Manel Guimarães, que não sei onde anda


Quando a manhã
Bater de novo
Na pedra no pátio
Na cal da parede
No adro
No átrio
Na porta de casa
E entrar

Quando acordares
Sem rosas num jarro
Sem ninguém sorrindo
A acender-te um cigarro
Sem leite
Aquecido
E um rosto
Que espreite
A entrar

Quando a manhã
Não partir
Um prato
Nem se detiver
Junto ao teu
Retrato
E o sol na varanda
Já nem de memória

Há que escrever outra história

Há que escrever outra história