quarta-feira, agosto 03, 2005

Uma Arte da Ria

Múltiplos, acrescentará de memória, os
lugares do desencontro. E fala
primeiro da casa abandonada, de
taipa, à erosão de meses e
interesses. Um barco, depois. A lua
nova irrepetível nas calmas da
baixa, a agilidade na fisga iludindo
o cansaço de remos vorazes. O azeite de
ver o fundo quase transparente do
verde das águas, a pressentida aluvião
tão lenta demorada a um olhar eternizado
em sombra. Como esse, e esse sim
permanece, perfume das dunas mais
próximas. Tudo isto sem lágrimas.