terça-feira, agosto 30, 2005

(Um poema antigo)

Só preso por elásticos e pranto,
suspenso de um trapézio sem a rede
atada em quatro pés ao chão da pista,
ausente em parte incerta, renitente,

o amor que tu me dás é sempre tanto,
e muito, e mais, amor, se mais a sede
aumenta junto à pele a sua lista
e rol de seduções e não consente

a água, o poço, o rio, a chuva, o mar,
a nuvem, o granizo, e é mais intenso
ainda se o negares e te afastares

de mim duzentas milhas sem deixar
um mapa que me dê no céu imenso
o rasto do perfume que largares.