O António, meu particular amigo, da forma civilizada que não conhece quem o não conhece, pergunta-me por mail, relativamente ao poema publicado exactamente antes do presente post, se não queria dizer «sedela» em vez de «sediela». Fui, claro, à minha bíblia, ostensivamente, esclarecer a coisa: mas o Houaiss deixou-me mal, o filho da mãe, e a verdade é que não reconhece a palavra tal qual a aprendi na minha precoce juventude de entusiasmado e militante pescador de trutas Fario fario: lá registando, embora (o Houaiss), o termo em que o António insiste: sedela.
Isto é daquelas coisas decisivas, fundamentais, que não deveriam ficar sem registo e discussão: a língua pertence aos senhores dos acordos ortográficos, pertence a quem a fala, pertence ao irredutível catálogo dos dicionários?
Aqui regressarei, claro, sobre o assunto. Mas gostaria de o deixar assim, desde já, aberto a comentários de quem se atreva (ou «astreva»?) a perorar. E depois falamos.
[Pelo sim pelo não, deixo no poema - só por causa das três sílabas, que me davam mais jeito... - o termo errado.]