quinta-feira, novembro 09, 2006
Depois das chuvas
Depois das chuvas, depois do sobressaltado rumor do levante, a noite parece ter-se recolhido, quase doméstica, nos ramos das figueiras jovens. Nenhuma folha, claro, nenhum silêncio acolhe as suas tão breves frases: mas a lua quase cheia, as águas subterrâneas, a sombra do pomar – instituem uma nova ordem: e é então que a luz, a luz da noite, adormece enfim, vagarosa, nos primeiros dias de novembro.