a criança ficava a olhar
a luz misturada aos ramos das árvores
ao verde e ao castanho da terra
a poisar exausta nas açoteias das casas
a subir os degraus como se finalmente os
dias e as noites
pudessem equivaler-se
no sul
a arquitectura é a luz desatada a
meio da tarde nos troncos das amendoeiras jovens
a sombra que a ilumina pelo lado de dentro
em vez das palavras
a criança ficava a olhar
estendia os braços a procurar na parede
o espelho das imagens verdadeiras.