Fechavas as gelosias às luzes
da cidade que não andavam longe
e na aparelhagem (nesse
tempo dizia-se assim) ouvia-se a
inevitável música brasileira
romântica. Nem chegavam a irritar-me
os pauzinhos de incenso e
aquelas sedas que pareciam
da Índia compradas na feira
da ladra suspensas de varões
torneados de plástico a imitar
a madeira de carvalho. Éramos todos
tão modernos que a porta
do quarto ficava aberta a noite
toda e podia dar-se o caso de alguém
entrar e perguntar à duas
da manhã se o 4ac da fórmula
resolvente tinha
que vir entre parêntesis.