Víamos os jogos do mundial
no Junqueira em dois grupos
separados por mesas de madeira
cobertas com toalhas de plástico de
um lado com quadrados brancos
e vermelhos e brancos e azuis
do outro. Uns a favor
do Brasil a gabar a criatividade
do jogo e o mais certo a imaginarem-se
estendidos no Leblon com as gajas
bronzeadas das telenovelas
a mamar um chope ou a pagar-lhes
caipirinhas. Outros a favor
da Itália a realçar a organização
defensiva que nem por
hipótese académica as Chaves
do Areeiro a preparar-se
para uma acção inspectiva aos
cofres. Da cerveja muito fresca
é que partilhávamos todos contra
o calor excessivo e invulgar
dessa tarde de cinco de Julho
de mil novecentos e oitenta e dois.