quinta-feira, novembro 06, 2008

3.

Procurar então a raiz de que nos desligámos por inércia e no labirinto das linhas do ábaco ou nos sulcos das parcelas do cadastro a caligrafia trémula dos primeiros anos
a pedra do lagar e o esquecido rumor do vento nos arames das vinhas
o dia claro
a sombra nas paredes de cimento do telheiro do pátio
o aroma das amoras inverosímeis nos muros dos caminhos
a raiz de que nos desligámos por inércia enquanto a escassez acumulava a cinza em redor do lume.