12.
São poucas as coisas que regressam do passado quando sentimos que tudo seria pouco para que nos pudéssemos de novo erguer e olhar em frente: a memória de alguém que nos abraçasse ou nos tocasse no ombro e nos falasse com uma voz que saberíamos vir necessariamente do fundo do tempo; a memória de um lugar, de um objecto, de uma noite em que os amigos juraram que haveria sempre uma noite assim. E o desejo: isso que, livrando-nos do amor, nos reconduz ao amor.