Nos limites da legibilidade
uma criança sobe os degraus da torre da Fábrica de Gelo
corre desamparada nos lancis da guarda periférica
atira-se de braços abertos a imaginar uma nuvem inversa
a queda no vazio recorda-lhe uma fórmula matemática
olha por instantes o relógio de pulso
imagina a distância que a separa do solo
cai finalmente nas páginas ímpares dum livro de poemas.