terça-feira, setembro 19, 2006

O Tempo, 2

Há uma felicidade quase arrogante nestes rostos
tão afastados da morte. Como se as
águas do rio, as mesmas, uma vez e outra pudessem
regressar às raízes dos amieiros da margem
e ao talude em declive onde os amigos
se juntaram a meio do Verão
contra o futuro e todos os seus nomes
para fixar a preto e branco
a alegria impreterível
de terem do seu lado a juventude.
E a verdade é que, tantos anos depois,
ninguém morreu ou envelheceu.
E só hoje sabemos que há um instante indefinido
em que ficamos vivos para sempre.