Que as parcas entradas do blog andam lúgubres, sombrias, tristes; e que para tristeza basta o Inverno.
Explico-lhe sem sucesso que nem sempre a alegria é profusa, expansiva; que nem sempre o Inverno é apenas a melancolia dum céu de cinza; que fotografar (e longamente contemplar) as árvores nuas, sem uma única folha, é já um modo de apreender a sua prometida floração; e que a felicidade pode ser isso mesmo: esta certeza de que não tardam (e que portanto já verdadeiramente nos pertencem) o azul do céu, o azul do mar, uma árvore com folhas, um fruto, a luz a desenhar o relâmpago da água na cal das paredes e dos muros.