Nós éramos um
quando a madrugada
chegava tão cedo
(tão cedo chegava…)
que só o silêncio
nos sobressaltava.
Nós éramos muito
não éramos nada.
E o odor do feno
quase inebriava
se as nuvens desciam
quando respiravas
em nome das vésperas
de todas as águas.
Nós éramos tanto
não éramos nada.
E pétala a pétala
nos ramos das bétulas
um nó de mercúrio
abria e fechava
e às vezes no escuro
nos iluminava.
Nós éramos tudo
não éramos nada.