A luz subia os degraus e
parecia ficar exausta nas tábuas
de castanho da varanda. As mulheres
da casa adormeciam
dessa luz incandescente
e de deixarem enredados nos dedos
os fios dos novelos
de lã. De um a outro lado do vale
oscilavam apenas os
desajustados movimentos
das máquinas de rega. Era quando
os críticos literários elogiavam
a verosimilhança.
Mas as mulheres acordavam
e sobre as páginas dos livros não ficava
senão a marca imperecível
de um fio de lã
a desenhar num bastidor
os corações inusitados
das palavras.