Depois de muito tempo sem escrever um poema chego ao largo e penso em voz alta/ «quantas vezes este largo e estas ruas entraram nos meus versos». Nunca houve outra razão para deixar perguntas em papéis de acaso/
cortando as linhas como se existisse uma imprecisa melodia nessa perplexidade de interrogar o mundo. E é mais uma vez o largo e estas ruas que vêm dar ao largo o que me leva a escrever depois de tanto tempo.// É verdade que hoje não há nenhuma pergunta para fazer. Mas também é verdade que não há razão nenhuma para fazer perguntas quando conhecemos as respostas e sabemos que nem ao poema/ é dado devolver o eco das antigas interrogações.