Joguei crapô durante três verões
porque ela gostava de jogar crapô.
Passávamos tardes inteiras sentados
à mesa da varanda do pátio. Na adolescência
o amor pode ser a raiz venenosa
do loendro crescendo por dentro
das tijoleiras das casas. Jogávamos crapô
porque sobre todas as coisas
ela gostava de jogar crapô.
Hoje não sei o que seria capaz de fazer
pelo amor. Mas sei que não passaria
três verões na mesa da varanda
do pátio a jogar crapô.