quinta-feira, julho 14, 2005

Um Verão assim, 2

Mas havia a luz. Uma luz de gume
afiado a cortar a fruta poisada na mesa.
Uma luz agarrada aos objectos da casa
e à comemoração dos seus usos.
Uma luz que vinha da água. Que vinha do poço.
Que vinha do pátio. Que vinha do pão.
Uma luz quase incandescente poisada no corpo
em seus novelos atado ao desejo.

E era isso também o Verão.