quarta-feira, julho 27, 2005

A Ria, 4
















jcb

O mar tem faltado nestas páginas.
Não perde pela demora, claro. Mas o Verão
não é necessariamente a estação
de quem vive tão perto do mar.

O Inverno. O levante. O vento encapelando as águas.
As tardes em que a salsugem parece trazer de longe
duas sílabas dos poemas de Ibne Darrague
perdidas nas margens
da Ria.

Aí, é mais que certo, se há-de
regressar um destes dias.
Separando as águas: dum lado o Verão:
do outro
a memória do tempo
de um mar que se transforma
em leve agitação,
em nuvem ou sombra,
em lume,
em vagarosa maré.