quarta-feira, junho 29, 2005

A Rainha de Inglaterra

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Os conceitos de eficácia e de racionalidade económica levam, por exemplo, a que os investimentos em tratamento de águas residuais sejam prioritariamente executados nas zonas onde a densidade populacional é mais elevada. Porque, calculada a relação entre o custo e o benefício, o investimento está justificado sem contas muito complexas, desde logo porque as obras por atacado saem mais baratas: com cinco milhões de euros, é um supor, garante-se o atendimento de uma população urbana de cem mil habitantes, o que dá um investimento de cinquenta euros/habitante; enquanto que o atendimento de uma população rural de cinco mil habitantes pode custar um milhão de euros, subindo então o investimento para duzentos euros por habitante.

Estas são as contas que geralmente se fazem, e que invariavelmente vão acentuando as assimetrias entre as zonas urbanas e as zonas rurais (o velho chavão do litoral vs. interior – enunciado que resulta duma simplificação apressada).

É também por isso que, em regra, as promessas eleitorais se dirigem com prioridade para os projectos e as acções que beneficiam as zonas com maior densidade populacional, ou, dum modo geral, as que atingem os grupos mais numerosos: porque também aí é mais elevada a relação entre os votos recebidos em urna e o investimento efectuado.

E é também por estas e por outras que a Rainha de Inglaterra (proprietária de uns hectarzinhos de terreno consideráveis) é das maiores beneficiárias, em toda a Europa, dos subsídios da Política Agrícola Comum. Não é anedota – embora até desse vontade de rir...