quinta-feira, junho 02, 2005

Quase nada


jcb

As injustiças sucessivas que se abatem sobre o mundo rural não cabem nas primeiras páginas dos jornais. Porque não é costume caberem aí o esquecimento e a sobranceria. São pequenas coisas, pequenas cicatrizes. Pequenas coisas que se compreendem melhor nestas tardes de Junho tão próximas da perfeição: na súbita turbação do ar, no estremecer das folhas, no rumor do voo das aves, na ondulação quase imperceptível das águas da cisterna. Quem vem de longe, quem está de passagem, não vê. Não sente. Não compreende. E é só isso. Quase nada.