segunda-feira, junho 20, 2005

O calmaço


jcb

Às vezes penso que gosto imenso do Inverno porque gosto imenso do Verão. Ou que, mais rigorosamente, não existe Inverno e não existe Verão: apenas tempo: a passagem do tempo: o desconforto do frio e depois o fogo das lareiras; as folhas que caíram e que depois, mais tarde, rebentam de novo; as flores, e depois os frutos; os primeiros dias de luz clara derramada nos pátios; e depois o Verão. E a felicidade, às vezes, muitas vezes, é só esse calor excessivo, essa nuvem de lume poisada nos ramos das árvores, nos lancis, nos muros de alvenaria.