terça-feira, maio 24, 2005

O sino de S. Romão

O bater das horas no sino do campanário, de acordo com a legislação em vigor, é uma actividade ruidosa. Sujeita a coima e contra-ordenação. O representante da lei aclara os termos do decreto. As pessoas juntam-se, uma senhora insiste «qual barulho qual quê, o sino até nos faz companhia». Mas como explicar que o mundo rural está permanentemente sujeito a coima e contra-ordenação? Que a memória e os costumes parecem estar permanentemente sujeitos a coima e contra-ordenação? Como discutir isto com alguém que tem a lei pelo seu lado? Como discutir isto com o queixoso – que, é um supor, comprou casa na envolvente e, em estando bom tempo ou havendo ponte, lá de tempos a tempos, vem passar um fim de semana ao Algarve e «exige sossego»?