Podias então dizer
tudo me pertence:
a luz de junho poisada
nos taludes ou nas folhas
minúsculas das cerejeiras
bravas, o mapa
das efémeras migrações
dos nomes, os territórios desenhados
nos cadernos de duas linhas
logo depois sujeitos
à voragem dos incêndios.
Não havia fronteiras:
em vez das bandeiras
espetavas na terra lavrada
uma vara de lódão.