Não éramos felizes
se a felicidade é esse reconhecimento de
que chegámos a um lugar ou um estádio
desenhado nos mapas. Não tínhamos projectos
e estávamos além disso.
Só não sabíamos
que tínhamos
tudo.
Nas tardes quentes dos meses de julho
gostávamos de ficar assim
nas esplanadas
ou nas mesas das tabernas das aldeias
a ver apenas o tempo
a envelhecer
enquanto bebíamos cerveja
pelas garrafas. Chegava o inverno
e a nossa idade
era a mesma
em redor das lareiras
acesas.
Há uma fotografia de grupo
em que os nossos rostos parecem
atravessados pela luz improvável
das profecias. Como se não vivêssemos
onde estávamos
ou não fôssemos contemporâneos
do tempo
que vivíamos.