Nunca ninguém
no exílio o ouviu lamentar-se
dos desastres: a rasura das fronteiras
ou a distância
a que ficaram os frisos de cedro,
os azulejos dos palácios, a água
rumorosa dos tanques,
a tão concreta e abstracta
geometria
dos mosaicos dos pátios.
Num último momento
falou apenas dos jardins: do perfume
das laranjeiras em Abril.