segunda-feira, abril 19, 2010

[Os jardins]

Nunca ninguém 
no exílio o ouviu lamentar-se 
dos desastres: a rasura das fronteiras
ou a distância 
a que ficaram os frisos de cedro,
os azulejos dos palácios, a água
rumorosa dos tanques, 
a tão concreta e abstracta 
geometria

dos mosaicos dos pátios.
Num último momento
falou apenas dos jardins: do perfume
das laranjeiras em Abril.