Só as crianças conhecem
a violência assim, quando sobem
às figueiras e procuram nozes,
maçãs, os frutos todos prometidos
a uma vida que demora a percorrer
os canais inúmeros do vale. Só elas
sabem como será tarde sempre, como
haverá sempre um fruto que lhes
não será dado esmagar entre
os lábios impacientes. E então correm
na direcção do vento, rasgam
os calções a subir os muros
altos, povoam veredas com sua
loucura pressentida, e adormecem.