Os dias claros, leves ainda
de regressarem as aves
dos relevos da península
deixando o azul das águas da ria
pendurado nos ramos
das figueiras, agarrado
à cal dos muros dos tanques,
poisado na tijoleira
das açoteias, nos
fios de esparto, nas mãos
demoradas das crianças
a ver chegar a noite
por detrás dos espelhos:
só então o milagre.