O rumor do levante, o vento
nas folhas perenes das alfarrobeiras,
um azul que parece teimar
em erguer-se durante a noite sobre as cumeadas,
a ursa menor,
as luzes, ao longe, das casas dispersas,
é assim a noite, vagarosa, dividida
entre palavras e silêncios,
entre sonhos de glória e a adversidade,
entre a memória do Verão e a matéria volátil,
e esta sensação estranha de que nada nos pertence,
de que tudo é transitório,
de que estas sombras serão outras
quando a manhã inclinar os troncos das amendoeiras
iluminadas ainda pelo vento
contra os sulcos quase concêntricos
da terra lavrada de Fevereiro.