cúmplices do vento
as sementes aladas
do ácer.
segunda-feira, outubro 18, 2010
[a luz reflectida]
e de súbito
no meio do deserto
apareciam casas
como se
houvesse casas
no meio do deserto.
no meio do deserto
apareciam casas
como se
houvesse casas
no meio do deserto.
sexta-feira, outubro 15, 2010
[regressar às mesmas coisas de sempre]
regressar às mesmas coisas de sempre
como se não existissem outras
como se pela exaustão nos fosse dado o obscuro
poder de queimar as palavras nos incêndios das florestas
e apenas um ou outro nome sobreviesse
um ou outro utensílio feito de matéria incombustível
para cozinhar os alimentos
ou recolher a água dos tanques.
como se não existissem outras
como se pela exaustão nos fosse dado o obscuro
poder de queimar as palavras nos incêndios das florestas
e apenas um ou outro nome sobreviesse
um ou outro utensílio feito de matéria incombustível
para cozinhar os alimentos
ou recolher a água dos tanques.
sábado, outubro 09, 2010
[Um poema traduzido por Sun Iou Miou]
me rindo a la subjetividad.
¿de qué otro modo escribir informes
en un país de poetas?
cuando digo piedra todos comprenden nube
cuando digo nube todos comprenden piedra.
me rindo en fin a la subjectividad:
escribo nube porque quiero decir piedra
sabiendo que todos leen piedra
cuando escribo nube.
Tradução de Sun Iou Miou.
¿de qué otro modo escribir informes
en un país de poetas?
cuando digo piedra todos comprenden nube
cuando digo nube todos comprenden piedra.
me rindo en fin a la subjectividad:
escribo nube porque quiero decir piedra
sabiendo que todos leen piedra
cuando escribo nube.
Tradução de Sun Iou Miou.
quarta-feira, outubro 06, 2010
[tão pequena forja]
tão pequena forja quase doméstica
de aquecer os metais
para dobrá-los.
num canto da garagem
entre parafusos a
que os óxidos retiraram as estrias
entre baldes de plástico
e restos de fasquias das obras
entre um amontoado de objectos sem uso
eu ficava a olhar o fogo
azul
às vezes cor de laranja
à espera da revelação dos astros.
de aquecer os metais
para dobrá-los.
num canto da garagem
entre parafusos a
que os óxidos retiraram as estrias
entre baldes de plástico
e restos de fasquias das obras
entre um amontoado de objectos sem uso
eu ficava a olhar o fogo
azul
às vezes cor de laranja
à espera da revelação dos astros.
domingo, outubro 03, 2010
[objectos antigos]
vê-se a distância que vai
da mão a estes objectos antigos
-- vê-se no modo como queremos proteger
o que já não usamos.
vê-se a distância a que ficou
de nós o que deixou de pertencer-nos
-- utensílios que a má-consciência de perdê-los
nos faz agora defendê-los por decreto.
da mão a estes objectos antigos
-- vê-se no modo como queremos proteger
o que já não usamos.
vê-se a distância a que ficou
de nós o que deixou de pertencer-nos
-- utensílios que a má-consciência de perdê-los
nos faz agora defendê-los por decreto.
sexta-feira, outubro 01, 2010
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