Só me move a Justiça a exemplo dos antigos. Como vem nos livros.
Mesmo que os antigos, pelo menos como vem nos livros, a não tivessem praticado nunca.
[Alterado em 2006.09.01]
quinta-feira, agosto 31, 2006
segunda-feira, agosto 28, 2006
O Livro, 1
Se a questão não fosse central, Cervantes não se daria ao trabalho de vir a terreiro desvalorizá-la, realçando que o importante é que no decorrer da história não nos arredemos um til, ou um triz, da verdade verdadeira: qual o verdadeiro sobrenome do fidalgo? Quixana, como afiança Aquilino? Quijana, como insiste Miguel Serras Pereira seguindo a lição da Real Academia Española? Ou Quejana, como se descobre numa edição da Alba Libros, S.L., em capa dura e acompanhada dos conhecidos desenhos de Gustavo Doré?
quarta-feira, agosto 23, 2006
O serrim
Passar na estrada e parar por instantes
no caminho que leva
à serração
da infância: muros de blocos
de cimento, o serrim
armazenado em talhões numerados,
o programa informático de corte,
os desperdícios de ripa alinhados
em achas
para as salamandras.
E nem o odor da madeira,
misturado numa espécie de gasolina
ou éter,
traz às esquadrias
a memória dos fustes de carvalho
de que reverteram.
no caminho que leva
à serração
da infância: muros de blocos
de cimento, o serrim
armazenado em talhões numerados,
o programa informático de corte,
os desperdícios de ripa alinhados
em achas
para as salamandras.
E nem o odor da madeira,
misturado numa espécie de gasolina
ou éter,
traz às esquadrias
a memória dos fustes de carvalho
de que reverteram.
segunda-feira, agosto 14, 2006
Regressos, 2
imagem de Jorge Manuel Martins
Cada uma das linhas é um percurso,
uma memória. A esta escala
não se distinguem pormenores:
um muro, um largo, um tanque,
um caminho íngreme
por entre pedras que sobrevieram
ao tempo, à erosão do vento
e das águas. Nenhuma biografia
resiste à ampliação dos mapas: quando
irrompem as lágrimas,
os corpos desejados nos meses
de novembro, a luz imensa das macieiras
do cedo, o azul dos cântaros,
os paus de negrilho
cortados à navalha.
domingo, agosto 13, 2006
sábado, agosto 12, 2006
Até não haver
O mundo começa por ser
uma pedra
e a vibração dessa pedra
nos açudes dos rios:
antes dos primeiros nomes
ou das primeiras folhas iluminadas do ácer:
antes da estrela das manhãs de junho:
antes das sete pétalas inumeráveis.
A água demora
nos taludes das margens
até não haver
uma única página
por escrever.
uma pedra
e a vibração dessa pedra
nos açudes dos rios:
antes dos primeiros nomes
ou das primeiras folhas iluminadas do ácer:
antes da estrela das manhãs de junho:
antes das sete pétalas inumeráveis.
A água demora
nos taludes das margens
até não haver
uma única página
por escrever.
sexta-feira, agosto 11, 2006
Uma palavra
Uma palavra cria
um universo: gambiarra.
E a sombra regressa quase obsessiva
cortada
em fatias
no combarro.
E sobe os degraus da loja
e fica por instantes poisada
nos muros
do lagar.
O vinho e a luz da gambiarra
aquecem o Inverno
antes ainda
da lareira acesa.
um universo: gambiarra.
E a sombra regressa quase obsessiva
cortada
em fatias
no combarro.
E sobe os degraus da loja
e fica por instantes poisada
nos muros
do lagar.
O vinho e a luz da gambiarra
aquecem o Inverno
antes ainda
da lareira acesa.
domingo, agosto 06, 2006
sábado, agosto 05, 2006
«Luz, II»
«Luz, II»: uma arte que privilegia os relevos e os contrastes de cor, luminosidade e textura dos tecidos; mosaicos assimétricos e um labirinto de onde se parte sem fios de regresso.
Domingo, 6 de Agosto, 18 horas: inauguração da exposição de Teresa Patrício na Casa de Cacela.
Quadro de Teresa Patrício da série «Trapologias».
Domingo, 6 de Agosto, 18 horas: inauguração da exposição de Teresa Patrício na Casa de Cacela.
Quadro de Teresa Patrício da série «Trapologias».
quinta-feira, agosto 03, 2006
quarta-feira, agosto 02, 2006
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