mudam-se os tempos
e às vezes palavras
nem o vento as leva
terça-feira, fevereiro 27, 2007
Um milagre
Um milagre peço desculpa
pela referência
recorrente
não se repete
só este o
das amendoeiras ano
após ano em
flor
no inverno.
pela referência
recorrente
não se repete
só este o
das amendoeiras ano
após ano em
flor
no inverno.
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
segunda-feira, fevereiro 19, 2007
As despedidas
Estás sentada num degrau da escaleira de casa e é como se fosse o estrangeiro. Um vento ergue-se e não se movem as folhas das mais próximas árvores. Estás sentada num degrau da escaleira de casa e uma nuvem fica por instantes poisada nas tuas mãos abertas. No teu rosto, com as águas subterrâneas, uma navalha de gelo desenha as raízes dos bosques das encostas frias. Não é ainda a noite. Mas não se movem as folhas das mais próximas árvores e há um vento que faz estremecer o mundo.
sábado, fevereiro 17, 2007
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
O princípio
Desenhavam os mapas, erguiam
os muros. Erguiam os muros,
desenhavam os mapas.
A cartografia era uma ciência
recente. Como ter uma casa.
Ou delimitar uma propriedade.
os muros. Erguiam os muros,
desenhavam os mapas.
A cartografia era uma ciência
recente. Como ter uma casa.
Ou delimitar uma propriedade.
domingo, fevereiro 11, 2007
sábado, fevereiro 10, 2007
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
Ainda O Livro
Borges, em «Prólogo de Prólogos» (ed. Teorema, vol. IV, pg. 11), escreve: «Cerca de 1926 incorri num livro de ensaios de cujo nome não me quero lembrar…». «Dom Quixote de la Mancha», na edição da editora quase homónima (Dom Quixote), começa assim: «Num lugar da Mancha, de cujo nome não quero lembrar-me…»
A literatura não é outra coisa senão as repetições, o eco de um verbo antigo, um nome ou uma frase que se repete, o sobressalto de reconhecermos numa voz uma outra voz que se prolonga num texto, que a renova, que lhe dá um novo sentido.
A literatura não é outra coisa senão as repetições, o eco de um verbo antigo, um nome ou uma frase que se repete, o sobressalto de reconhecermos numa voz uma outra voz que se prolonga num texto, que a renova, que lhe dá um novo sentido.
quinta-feira, fevereiro 01, 2007
Agora que o inverno
Agora que o inverno parece ficar poisado
pelo fim da tarde nos ramos sem uma única folha
de tantas árvores do pomar
olhas de novo as laranjas
a sua luz imensa
a iluminar uma parede de cal.
pelo fim da tarde nos ramos sem uma única folha
de tantas árvores do pomar
olhas de novo as laranjas
a sua luz imensa
a iluminar uma parede de cal.
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