Às drogas, aos estaleiros das obras,
ao vento do árctico nos ramos finos dos vidoeiros,
às navalhas e às lâminas, aos automóveis
a cortar a noite sem faróis nos caminhos
de terra, aos metais incandescentes,
às fasquias, à música, à electricidade
estática, aos ferros amarelos dos guindastes,
às páginas dobradas dos livros de geologia,
aos incêndios, ao rumor dos caules da insónia,
às fendas das águas subterrâneas
dos relâmpagos, ao amor sem o cálculo, ao álcool,
às bombas de combustível, aos declives,
a tudo isso e mais a juventude deve
a eternidade do seu tempo imenso e breve.