Não li nenhum tratado sobre «Como Escrever um Romance». Mas não deve ser assim que consta: a espaços, aproveitando uma tarde depois da pesca, uma noite no Gardunho, um fim de semana em Vilar, um sábado e outro, uma noite depois do jantar, um domingo nos jardins da Casa de Cacela. Às vezes com intervalos grandes entre uma frase e outra. Às vezes havendo que reler tudo para retomar um fio. Aos poucos. Entre finais de 2009 e finais de 2011. A verdade é que o esboço ficou concluído antes do fim do ano, e que agora (ainda aos bocadinhos) se procede a uma revisão final: suprimir adjectivos e frases inteiras, substituir uma palavra por outra mais corrente, corrigir cronologias desacertadas.
Seja como for: depois de todos estes pequenos e inúmeros espaços e tempos de reclusão é uma sensação agradável ver os esboços transformados num original de duzentas e trinta e sete páginas agora à espera, apenas, de editor.