Nos cafés da província
nas mesas de resina das esplanadas
nesse espaço de circulação
entre o jogo das damas e os copos de cerveja
o Verão é ainda a haste mais insustentável
das páginas dos livros.
Como numa história de romance
as ervas azuis dos venenos
misturavam-se
ao aroma antigo das araucárias
da praça
bebíamos
como se pudéssemos ficar para sempre
com a memória do Verão
agarrada
à inevitabilidade
de não podermos
deixar de ser jovens.