segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Ainda O Livro

Borges, em «Prólogo de Prólogos» (ed. Teorema, vol. IV, pg. 11), escreve: «Cerca de 1926 incorri num livro de ensaios de cujo nome não me quero lembrar…». «Dom Quixote de la Mancha», na edição da editora quase homónima (Dom Quixote), começa assim: «Num lugar da Mancha, de cujo nome não quero lembrar-me…»

A literatura não é outra coisa senão as repetições, o eco de um verbo antigo, um nome ou uma frase que se repete, o sobressalto de reconhecermos numa voz uma outra voz que se prolonga num texto, que a renova, que lhe dá um novo sentido.