quarta-feira, outubro 12, 2005

Uma árvore. [Memórias dum outro rio]

jcb















Como compreender as folhas sem os ramos, os ramos sem o tronco, o tronco sem a seiva que flui da raiz até às folhas, a água sem as raízes, o ar sem as folhas movendo-se nas manhãs de novembro, a madeira sem a trave mestra da casa ou as tábuas de esquadria, as folhas sem a sombra, o vento sem o fuste, a sombra sem a luz poisada na copa quando as crianças regressam de outros lugares como se regressassem de outras idades? No mundo, em boa verdade, só duas ou três coisas realmente importam. Uma árvore, por exemplo.