É duvidoso que, atendendo aos termos
contratuais, possa revelar o
segredo. O meu advogado diz-me que
tal-e-não sei quê. Arrisco
e digo a verdade: não entrei no Desafio
Final 3 porque tinha pêlos no corpo
e nenhumas tatuagens nos braços. Nem
no pescoço. Nem nas pernas.
Mostrei, em último recurso, erguendo
a meia manga da t-shirt, uma
mancha escura no ombro
de nascença que quase parece
uma tatuagem. Nada. Não era suficiente.
Ainda chamaram lá um assessor a decidir --
mas nada. E assim se vê como
é tão ténue a fronteira entre
o anonimato e a
glória. Continuarei a escrever
poemas que ninguém lê
até me depilar e,
não obstante o exposto no
Levítico 19:28, tatuar-me.