quinta-feira, janeiro 10, 2008

Em vez das bandeiras

Poderás então dizer
tudo me pertence: a luz
de junho poisada nos taludes
ou nas folhas minúsculas
das cerejeiras bravas, o mapa
das efémeras migrações
dos nomes, os territórios desenhados
nos cadernos de duas linhas
logo depois sujeitos
à voragem dos incêndios.
Não havia fronteiras:
em vez das bandeiras
espetavas na terra lavrada
as varas de lódão.