Vinha de longe como se viesse do futuro.
E misturava no ar as substâncias desconhecidas: o gasóleo
e a fuligem, o tisne, a pedra volátil.
As mulheres ficavam à porta, deixando por algum tempo
a lida de casa, a olhar a camioneta da carreira,
a poeira levantada dos caminhos de saibro.
Há sempre um instante preciso
a delimitar a fronteira
entre dois mundos: é o fim de uma manhã de setembro
e um milhafre desenha-se sobre a cumeada
enquanto a camioneta da carreira
faz estremecer de um modo quase imperceptível
as folhas minúsculas do espinheiro da virgínia
do largo.