sexta-feira, agosto 31, 2007

L.

agora sabemos que às vezes é preciso morrer
para que algumas coisas fiquem vivas para sempre:

a manhã de novembro em que caiu a neve
e foste a minha casa oferecer-me agasalhos;

as tuas mãos nas minhas mãos quando
quase adoeceste por me ter assaltado a febre.

havia tantas coisas que era preciso esclarecer:
falámos ao telefone e combinámos um encontro.

mas foi preciso que morresses para compreender
que as coisas decisivas ficam sempre por dizer.